Curiosidade: Cha-no-yu - A cerimônia de Chá

Conheça a tradicional Cerimônia de Chá japonesa. Sua história,pratica e seus princípios.

Quando o Zen Budismo era introduzido em solo japonês no século XII, também chegava o matcha (chá verde em pó), utilizado por monges para se manterem acordados durante suas meditações noturnas, esse hábito acabou se transformando em filosofia de vida através do Caminho do Chá ( Chadô ), materializado no ritual Cha-no-yu, a Cerimônia de Chá.

No inicio, essa pratica era exclusivamente feita por homens e somente no final do século XIX que o Chadô foi franqueado às mulheres. Ennosai, 13° grão-mestre de Urassenke, ensinou a arte as viúvas e órfãos da guerra sino-japonesa (1894-1895) para que sobrevivessem como professoras de chá. A partir disso, se espalhou para todas as classes sociais através de aulas em escolas e templos.

Com a proposta de alcançar a paz em uma xícara de chá, os mestres se dedicam à difusão da filosofia do chá no Ocidente. Os mestres também ensinam que o ritual, a concentração e o desenvolvimento rítmico do Cha-no-yu levam a meditação, tranquilidade e a paz superior.

(O Cha-no-yu só começou a ser praticado por mulheres após o final do século XIX, inicialmente era praticado por homens.)

A prática de tomar chá verde em pó aportou no Japão com os monges zen-budistas que chegavam da China, no século XII. Com o tempo, o uso se difundiu entre samurais, chegando até às comunidades rurais. Se tornaram comuns as reuniões de chá ( Cha-yoriai ), onde se promoviam concursos de provadores de chá com ostensivas exibições de riqueza e apostas vultosas.

Foi somente no final século XV que Murata Shuko ( 1422/1502 ), um monge zen-budista, passou a incentivar a prática da cerâmica de chá em salas pequenas, com poucos utensílios,sendo muitos de procedência doméstica. Coube a outro monge, Sen no Rikyu ( 1522/1591 ), dar uma estrutura definitiva a cerimônia do chá, no final do século XVI ( no período Momoyama ), o mais ostentador da história japonesa.

Sen no Rikyu era ligado à filosofia zen e pregava o espírito wabi ( desprendimento, simplicidade, eliminação do supérfluo ) para a cerimônia de chá que, ao longo dos anos, também se tornara a essência da arte japonesa.

(Pintura representando Sen no Rikyu, o monge zen que deu a estrutura definitiva a cerimônia do chá no final do século XVI .)

Segundo Rikyu, os princípios básicos do Cha-no-yu são: Harmonia ( Wa ), Respeito ( Kei ), Pureza ( Sei ) e Tranquilidade ( Jaku ). Cabe ao homem do chá ( Chajin ) criar um ambiente, através do rígido ritual e total participação, onde os princípios sejam sentidos e vividos intensamente por todos, por um momento único e sem repetições.

-A Harmonia resulta da interação do anfitrião, do convidado, da comida servida, dos utensílios usados e da natureza. Antes do chá, será oferecido um doce ou uma leve refeição ao convidado cujos pratos estarão de acordo com a estação do ano.

- O segundo principio, o Respeito, se refere a sinceridade do coração, aberto para um relacionamento com o ser humano e a natureza, reconhecendo a dignidade inata de cada um.

- A Pureza, segundo os ensinamentos de Rikyu, relaciona-se ao simples ato de limpar. Os preparativos, o próprio serviço do chá e a limpeza após a cerimônia, colocando em ordem, também, o seu próprio íntimo. Esta ordem é essencial.

- Finalmente, a Tranquilidade é o conceito estético próprio do chá, alcançando através da prática constante em nosso cotidiano desses três primeiros princípios básicos.

Segundo Rikyu, o ponto essencial do Caminho do Chá é que seus princípios são dirigidos à totalidade da existência e não somente aos momentos vividos em uma sala de chá. É uma disciplina a ser treinada durante toda uma vida. São necessários pelo menos 10 anos para o domínio de todas as nuanças relativas à cerimônia.

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Observações:

Imagens: Google Imagens

Fonte: Site Mundo Nipo